quinta-feira, dezembro 22, 2005

Agradecimentos

Os agradecimentos que faço são decorrentes do último fim-de-semana. Teria que agradecer a muitas mais pessoas se fosse agradecer pela minha vida toda:

Quero agradecer em primeiro ao André Oliva, por me ter ensinado, ao sê-lo, que o melhor director não precisa de berrar, não precisa de stressar, não precisa de controlar. Confia na equipe que escolheu e portanto delega.

Quero agradecer à Mafalda, por me ter ensinado que não é preciso gostar de todo o mundo, que só é preciso ser simpático com quem nos preocupamos e educado com os demais. Nem toda a gente merece o nosso sorriso e dá-lo a quem merece é mais valorizado.

Quero agradecer ao Bruno, por me ter ensinado que a Verdade acima de tudo é libertadora. Que a verdade da mentira doí menos que a mentira da verdade. Que alguém verdadeiro é sempre alguém de confiança.

E por fim, quero agradecer à minha irmã. Pela sua genuídade, por ser genuína a cada passo que cada, por não ter medo do embaraço, por não se preocupar com as opiniões, por sempre se procurar sentir bem com ela, através dos seus olhos e não dos olhos dos demais.

A estes 4 por neste último fim-de-semana terem-me ajudado a suportar uma dura realidade: Muito Obrigado

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Imagina só

Imagina que acordavas ao meu lado.
Imagina que eu te dava um beijo para acordares, que eu te sussurava o quanto te amo.
Imagina que te apertava entre os meus braços, que tu te contorcias para te encaixares em mim.
Imagina que as minhas pernas se entrelaçavam nas tuas, que os nossos corpos finalmente se uniam.
Imagina que eu te fazia cócegas e tu respondias e trincavas-me.
Imagina que tu finalmente acordavas, que me olhavas com um desespero apaixonado, pegavas na minha mão e me levavas para tomar banho.
Imagina que depois dele me beijavas mais uma vez, que me trincavas mais uma vez, que me abraçavas mais uma vez.
Imagina que me sussuravas ao ouvido, amo-te
Imagina só

quarta-feira, novembro 30, 2005

Por que isto tinha mesmo que aqui estar

esta é a versão brasileira do Blower's Daughter. Apareceu pela primeira vez cantada pela Ana Carolina e pelo Seu Jorge, versão que ainda não ouvi. Mas rápidamente se espalhou para os outros tipo e eu já ouvi a versão sertaneja desta música e acreditem vale a pena ouvir, só pelo prazer que se tira em soltar umas boas gargalhadas. Deixo-vos então com esta pequena maravilha:

É isso aí

É isso aí
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre
É isso aí
Os passos vão pelas ruas
E nem reparou na lua
A vida sempre continua

Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de olhar
Eu não me canso de olhar
Não sei parar
De te olhar

É isso aí
Há quem acredite em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade
É isso aí
Um vendedor de flores
Ensinar seus filhos a escolher seus amores

Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não vou parar de te olhar

(sim e retiraram aquele último final de frase, que apesar de muito cruel, sempre foi o que deu pinta à música)

segunda-feira, novembro 28, 2005

Os melhores momentos

A Pestana a queimar a carteira a tentar acender o cigarro

O Gonçalo a ser mordido no mamilo por um peixe

Ver o Pai Natal a assistir à missa

Acordar ao som do mar

Ver tartarugas no mar

Ver um colibri à minha frente

A saia da Mafalda subir-lhe até ao pescoço, num momento muito Monroe

sábado, novembro 26, 2005

Daqui do Brasil

Aqui do Brasil, só me ocorre recorrer ao soneto deste grande mestre:


SONETO DO AMOR TOTAL
(Vinícius de Moraes)

Amo-te tanto, meu amor...não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te enfim, de um calmo amor presente,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e cada instante

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

domingo, outubro 30, 2005

Poema

Ia colar aqui um poema de outra pessoa. Ainda não sabia qual nem de quem.
Depois decidi escrever um meu e dizer coisas como:
" Que o dia em que tu apareceste
Se inscreva no mundo
Que esse dia seja celebrado
E nossos corpos não se separem.

Que tu permaneças onde te quero
Que tu fiques porque tu queres
Que eu abra os braços para o teu cheiro
Que as tuas pernas descansem solenes "

Apercebi-me que hoje não era um bom dia para escrever poemas.
Fui à procura e encontrei o que te dizer:
Are you looking for answers
To questions under the stars?
Well, if along the way
You are grown weary
You can rest with me until
A brighter day and you're okay

I am no Superman
I have no answers for you
I am no hero
Oh, that's for sure
But I do know one thing
Is where you are is where I belong
I do know where you go Is where I want to be

Mas hoje apetece-me escrever...

Queria saber tocar viola... Queria saber tocá-la sem parar. Saber músicas adequadas ao ambiente. Saber tocar o Horas Extraordinárias, o Where are you going, dedilhar o #41, saber com pequenos acordes tocar pessoas. Saber quando devemos insistir e fazer chorar alguém ou quando devemos quebrar o ambiente e furiosamente tocar: "és tão boa".
Às vezes é tão bom não termos que usar as nossas palavras, recorrer as de outrém para tão habilmente dizer aquilo que pensamos.
Claro que não se aprende a olhar, aprende-se a treinar, e o meu treino é nenhum.
Enquanto não souber tocar, vou continuar a dizer-te ao ouvido: "Can't take my eyes of you".

Mundo Meu

Já não escrevo aqui a demasiado tempo.
Não sei o que se passa.
Acho que estou numa fase que é muito minha...
Que é de sussurros...
Que é de horas extraordinárias...
Não ando com vontade de gritar ao mundo.
Encontrei um mundo que é grande, que é meu e onde posso dormir em conchinha.
Encontrei um mundo onde dou voltas...
Não tenho tido tempo para escrever, ando a sentir e a viver.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Só para ti Chita

Sometimes I shave my legs and sometimes I don’t
SometimesI comb my hair and sometimes I won’t
Depend of how the wind blows I might even paint my toes
It really just depends on whatever feels good in my soul

I’m not the average girl from your video
And I ain’t built like a supermodel
But I learned to love myself unconditionally,
Because I am a queen
I not the average girl from yourvideo
My worth is not determined by the price of my clothes
No matter what I’m wearing I will always be
India.Arie (Chita)

When I look in the mirror and the only one there is me
Every freckle on my face is where it’s suppose to be
And I know my creator didn’t make no mistakes on me
My feet, my thighs, my Lips, my eyes, I’m loving what I see

Am I less of a lady if Idon’t where panty hose
My momma said a lady ain’t what she wears but what she knows…
But I’ve drawn the conclusion, it’s all an illusion
Confusion’s the name of the game
A misconception, a vast deception,
Something got to change

Now don’t be offended this is all my opinion
Ain’t nothing that I’m saying law
This is a true confession
Of a life learned lesson
I was sent here to share with y'all
So get in when you fit in
Go on and shine
Clear your mind
Now’s the time
Put your salt on the shelf
Goon and love yourself
‘Cause everything’s gonna be alright

Keep your fancy drink, and your expensive minks
I don’t need that to have a good time
Keep your expensive cars and your caviar
All’s I need is my guitar
Keep your crystal and your pistol
I’d rather have a pretty piece of crystal
Don’t need you silicone, I prefer my own
What god gave me is just fine

terça-feira, setembro 06, 2005

Memórias Apagadas

Hoje queria-te só para mim.
Hoje queria que todos os teus passados se desaparecessem. Queria ver findadas as recordações que insistem em permanecer. Queria ver cartas de amor em branco, queria ver juras de amor inexistentes.
São pequenos momentos da tua vida que vão aparecendo de rasteiro. São aquelas cartas que eu queria ver escritas a mim, os poemas que nunca me dedicaste ou aquela juras de amor eterno que eu queria como só minhas.
O teu passado é o que tu és, mas eu queria que ele só o fosse desde que nos vimos.
Não quero nem nada, nem ninguém a deixar marcas indesejadas, a deixar rastros perceptíveis, a deixar nomes gravados em páginas escritas.
Hoje queria que me lesses um poema. Queria que esse poema fosse do passado. Queria que esse poema-passado fosse só nosso até ao futuro.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Chegada

Poucas vezes estive tão certo do meu trajecto.
Poucas vezes estive tão seguro do meu caminho.
Foram muitas as vezes que caminhei sem andar e noutras tantas andei sem chegar. Passei pessoas, casas, abrigos e construções. Passei homens e mulheres, crianças, janelas de emoções. Já parei e já corri, já me sentei e já vi. Observei, bebi, comi e admirei. A vida não parava em mim e eu não parava na vida.
Hoje é diferente.
Hoje o caminho é em frente.
Hoje sou eu que comando, hoje sou eu que decido, hoje sou eu que mando. Hoje não vou parar, hoje não vai acabar.
Hoje tomei um rumo, hoje decidi mudar, hoje com aprumo decidi onde quero chegar...

sexta-feira, agosto 05, 2005

Saudade

Tenho saudade de ti
Porque me envolves com essa prontidão
Porque tratas de mim
E eu não.

Porque me dás com prazer
Vagas de devoção
E a inconsistência do teu querer
Dá à inevitabilidade do meu ser
Uma certeza sem senão.

Tenho saudade de te
Envolver com esta prontidão
Porque eu trato de ti
E tu não.

Há muito tempo atrás escrevi este texto

Como um cego que não vê, não cheiro; como um surdo que não ouve, não cheiro; como um mudo que não fala, não cheiro; como um paraplégico que não anda, não cheiro. Não cheiro omar, as flores, os cabelos, os perfumes, a comida e tudo o que me rodeia. É assim que eu passo os meus dias, mas não é assim que passo as minhas noites.
Nas noites escuras pintadas de um negro negro, no refúgio da minha cama, os meus olhos desfalecem e eu entro num sonho mágico, um sonho que me devolve ao dia e é aí que eu passo as noites dos meus dias.
A caminho da praia os carros passam e deixam um leve perfume, um fumo intenso, mas um leve perfume a pequenos gases queimados. Eu inalo profundamente este cheiro para que ele se torne meu conhecido. A seguir, uma mulher que se dirige para mim numa corrida veloz pára à minha frente e eu cheiro o suor que lhe escorre pela delicada pele. De repente, parou e volta a arrancar e os seus cabelosondulantes batem-me na cara e largam um perfume de doces camomilas e ásperos alperces, e eu inalo profundamente este cheiro para que ele se torne meu conhecido.
Agora que me aproximo do mar, a sua brisa ataca-me com leves salpicos de água dura e o seu perfume une-se com os dos peixes dando a mais harmoniosa ligação, e eu inalo profundamente este cheiro para que ele se torne meu conhecido. E ao longo do mar os cães vêm ter comigo e lambem-me, e a sua língua arrasta a minha pele. O seu cheiro intenso a mãos que lhe coçaram o pêlo é magnífico, e eu inalo profundamente este cheiro para que ele se torne meu conhecido. Continuo sem parar porque o despertador ainda não tocoue eu ainda não acordei. Passo os restaurantes e o cheiro a comida é maioritário. Os fritos, os cozidos, os assados, transformam-se apenas num, e eu inalo profundamente este cheiro para que ele se torne meu conhecido. Assim, chego ao jardim onde as crianças brincam, as flores nascem, e o cheiro a reina, pego numa flor e levo-a a uma criança para que ele limpe o desperdício de cheiros que calcou, e eu inalo profundamente este cheiro para que ele se torne meu conhecido.
E acordo e durante um segundo todos estes cheiros se reúnem e eu consigo cheirar, mas depressa eles se vão, e eu espero. Espero que o dia passe rápido para que eu possa cheirar, nem que seja por uns breves instantes no meu sonho perfumado...
10º A (tinha eu 15 anos)

domingo, julho 10, 2005

No Comments

"Estou aqui, sou a tua terra, planta em mim o que quiseres, estou certo que os frutos serão abundantes!"

segunda-feira, julho 04, 2005

Perfeito

Sabe bem ter-te por perto
Sabe bem tudo tão certo
Sabe bem quando te espero
Sabe bem beber quem quero

Quase que não chegava
A tempo de me deliciar
Quase que não chegava
A horas de te abraçar
Quase que não recebia
A prenda prometida
Quase que não devia
Existir tal companhia

Não me lembras o céu
Nem nada que se pareça
Não me lembras a lua
Nem nada que se escureça
Se um dia me sinto nua
Tomara que a terra estremeça
Que a minha boca na tua
Eu confesso não sai da cabeça

Se um beijo é quase perfeito
Perdidos num rio sem leito
Que dirá se o tempo nos der
O tempo a que temos direito

Se um dia um anjo fizer
A seta bater-te no peito
Se um dia o diabo quiser
Faremos o crime perfeito

(donna Maria- Quase perfeito)

AMOR


Isto sim é amor.
Amor do verdadeiro, aquele que não é o primeiro.
Amor do verdadeiro.
Amor sem entranhas.
Amor do coração.
Amor que sem razão me faz querer ser o primeiro.
Amor de beijos inocentes, amor de beijos poderosos, amor de beijos repentinos, amor de beijos furiosos.
Amor de vida, amor de morte, amor de vida até à morte

Ao MEU anjo-da guarda

eu tenho um anjo
anjo da guarda
que me protege
de noite e de dia
eu não o vejo
eu não o ouço
mas sinto sempre a sua companhia

eu tenho um guarda
que é um anjo
que me protege
de noite e de dia
não usa arma
não usa a força
usa uma luz com que ilumina a minha vida

ele não, não usa arma
ele não, não usa a força
usa uma luz com que ilumina a minha vida

(António Variações)

quarta-feira, junho 22, 2005

O amor é forte como a morte

"O meu amado é para mim e eu sou para ele.
Ele disse-me:"Põe-me como um selo sobre o teu coração, como um selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte e a paixão violenta como o abismo. Os seus ardores são setas d fogo, são chamas divinas. AS águas torrenciais não podem apagar o amor, nem os rios o podem submergir".

(2ª leitura da missa do casamento do meu irmão, Cant. 2,8 ss)

quinta-feira, junho 16, 2005

O sonho

A cama solitária esperava o meu corpo. Tal qual uma amante esquecida espera que eu entre, está fria, já não me deito só à muito tempo. Hoje abraço ninguém, hoje adormeço só, hoje a minha cabeça reclina-se na almofada gélida da solidão.
Tento adormecer mas os meus pés irrequietos procuram desesperadamente aquele que é o seu caminho: as tuas pernas. As minhas mãos solitárias procuram a sua certeza: o teu peito. A minha boca procura a fonte da minha força: a tua boca.
E quando adormeço, e dizes tu que eu adormeço rápido, tu voltas a aparecer. E apareces em todo o teu esplendor. Arrebatas as minhas dúvidas como sempre o fizeste. És pura magia! És o princípio e o fim e é assim que quero que seja. És poder, és força. Abraças-me, acalmas-me, dou-te a mão e levas-me a viajar. Não foi contigo que o aprendi a fazer mas foste tu que me levaste às melhores viagens. Viagens sem tempo, sem destino, viagens em que o que interessa é o caminho, viagens amargas, viagens prazeirosas, viagens em que o que importa é o carinho. És o que eu procurei, serás o que achei, em mim terás o que buscavas, em ti terei o que desejava.
Hei-de perseguir-te como uma sombra, hei-de acompanhar-te com fidelidade, serei teu e espero que tu me pertenças. Serei incapaz de te esquecer porque me invadiste. E tu serás incapaz de me esquecer porque te calei.
Respiro...
Acordo...
Tu não estás aqui, mas sei que existes e sei que um dia vou adormecer e acordar a teu lado...
Espero...
Não me canso...

quinta-feira, junho 09, 2005

Porque te amo

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não

Sophia de Mello Breyner Andersen

A Espera

Nada há de mais angustiante que ficar à espera.
E não ficar à espera do dentista, ou de um amigo, mas sim, ficar à espera da pessoa amada.
É angustiante o modo como de minuto a minuto olhamos para o telemóvel esperando um sinal de que alguém nos ligou, de hora a hora inspecionamos para perceber se realmente temos a rede cheia ou se temos espaço para receber novas mensagens. Torna-se um vício, ir ver se temos uma mensagem no blog, ou se escreveram mais um post.
E depois podiamos controlar os nosso desejos mas por mais que quiramos não podemos controlar o nosso incosciente, esse tem vida própria, e é esse que nestas alturas se revela o nosso pior inimigo. Adoro relembrar os pequenos beijos, os grande retirados entre suspiros, os gemidos, o olhar, as mãos, o corpo, a voz, a não ser quando se espera um sinal de que essa pessoa está viva, porque aí tudo se torna uma grande ferida que se abre lentamente, relembrado o quanto precisavamos de a ter ao nosso lado.
O pior, é realmente não poder fazer nada, é continuar à espera, desejando que por algum milagre a nossa voz voe pelos céus e chegando-lhe ao ouvido, sussurre: Diz-me algo, estou a precisar de ti e da tua voz, já que sei que não posso ter o teu corpo enroscado no meu.

quarta-feira, junho 01, 2005

Morangos&Chantilly

Se me rio depois do amor
Não é zombar do sagrado
É puro contentamento
De algo que me foi dado
É só o deslumbramento
Dum momento revelado

E o melhor veio depois
Porque então ríamos dois

Felicidade

Não sei definir felicidade. A felicidade vive-se. Normalmente tem-se píncaros de alegria, mas a felicidade é um estado mais constante. Neste momento o que tenho a dizer é: Sou feliz! Sou incrivelmente feliz.
A felicidade bateu-me à porta, derrubou todas as cadeiras, arrancou todos os quadros, arranhou todos os sofás, limpou-me a casa e deixou-se ficar.
A minha felicidade foi muito evasiva. Nunca soube se estava segura, passeava altiva pelo meu corpo, deixando-me na esperança de um permanecer que tardava em chegar.
A minha felicidade não se fazia compreender, falava em trocadilhos e gritava furiosamente contra mim. Não se percebia, não se compreendia, irritava-se...
Um dia decidi falar com a minha felicidade e percebi que eu não a estava a deixar permanecer, era eu que a expulsava, respirei fundo e deixei-a fazer o que lhe competia. Mexeu e remexeu, até se cansar.
Agora não se mexe mais, agora está quieta, agora sou feliz...

quinta-feira, maio 26, 2005

Luzes, Balas, Acção

"Que héroi és tu?
E quem é que vais salvar?

Sem asas p'ra voar
Os monstros vais enfrentar.

Sobe ao palco
Um dia vais brilhar
O mundo vais conquistar

Bravos heróis,
Não há nada a temer,
Só o medo de vencer."

quarta-feira, maio 25, 2005

Margarida!!!

(Este post provém de uma escritora que eu menosprezo, mas que me surpreendeu pelas palavras simples com que descreveu um amor.)

Gosto de te ver a rir e a brincar, gosto do teu cheiro e do teu olhar, gosto de te ter sempre perto e de sentir que tudo está certo, de saber que afinal vale a pena acreditar que um dia a paz acaba sempre por chegar, que não há esperas vãs nem dias perdidosm que todas as noites são de lua cheia e todas as manhãs estão cheias de ti, meu amor, quero-te, quero-te, quero-te.
Por isso abre as mãos e o peito, deixa-me ficar para sempre lá dentro, guarda-me em ti e espera sem esperar a cada dia que passar, que este meu amor intenso, doce e intemporal resista ao tempo, resista ao medo, resista ao mundo, resista a tudo e não precise de mais nada a não ser de TI, tu que és princípio e fim, que estás no meio de tudo, que atravessas a vida de mão dada comigo, tu de quem eu gosto, gosto, gosto.

Pequenas coisas

A vida está cheia de pequenas coisas... Uma frase um bocado ridícula para começar mas verdadeira. São pequenas músicas que nos enchem, são pequenas palavras que nos tocam, são pequenas brincadeiras que nos fazem rir, são pequenas pessoas que nos fazem tão grandes, pequenos beijos que são selos de grandes amores.
Acho que a minha felicidade roda à volta disso, de pequenos momentos que para mim vão tornando a minha vida muito especial e muito minha.
Durante algum tempo da minha adolescência fui uma pessoa que se deixava viver, até que alguém um dia me ensinou a importância de um telefonema a dizer: "Adoro-te!". A partir daí passei a ser muito mais feliz, a minha vida foi-se enchendo, e neste momento os meus momentos de tristeza deixaram de o ser, porque acredito sempre que ao virar da esquina vai aparecer sempre algo melhor...

quarta-feira, maio 18, 2005

B.A.

Durante algum tempo estive reticente em dedicar post individuais. Mas este não posso deixar passar em claro. Vai ser muito dificil conseguir classificar, explicar e mostrar alguém que não é suposto fazer, B.A. é suposto conhecer.
B.A. é força. Tem que ser. É dessa força escondida que arrebata num baque as tristes forças garridas que de manso lhe fazem frente.
B.A. é mansinho. Daquele manso irritante que num leve suspiro fraquinho muda muito num instante.
B.A. é surpresa. Daquelas surpresas repentinas, que alguém prepara sussurrante e que ao explodir de alegria, explode a terra que tem à frente.
B.A. é música. Daquela composta em violinos separados mas que quando tocado em conjunto tem um barulho estonteante.
B.A. é política. Daquela que existia antigamente, em que quem quer falar, fala; e quem cala, não consente.
B.A. é poesia. Daquela que não encaixa nunca, é feita tão de repente, num impulso tão veloz, que ao fim ao cabo se vê que é prosa o que está à nossa frente.
B.A. é certeza. Daquela que prevalece, daquela que seguramente actua, para além dos seus ideais, de acordo com os seus próprios interesses.
B.A. é Eça. Daquele Eça intemporal, que com palavras mordazes atacava seus inimigos, juntamente com o seu andar mortal.
B.A. é brilho. E brilho como o do B.A. só nas palavras de Sergio Godinho é que vale a pena ler: Um brilhozinho nos olhos
B.A. é fim. Daquele fim que não acaba, daquele que num sussurro a nossa voz pede: Recomeça depressa.
Fim

terça-feira, maio 17, 2005

Beatices

Para quem não sabe, a minha vida, para além de muita coisa, tem também muitos momentos de pura beatice, que eu prezo bastante, é lá que vou buscar muita da força que me acompanha no dia-a-dia. Decidi então por um post de uma Acção de Graças que fiz à mais de um ano e que de vez em quando leio para me relembrar.

Hoje fui ao cinema.
Fui ver um filme que falava da normalidade da vida; de cada um de nós, não tinha glamour, não tinha magia, era simplesmente sobre a vida.
Deixou-me a pensar.
Já foram várias as vezes que pedi a Deus que fizesse da minha vida algo mais extraordinário, mais memorável, mais fantástico.
Hoje apercebi-me que a minha vida está muito bem assim.
É verdade, não tenho pôres-do-sol com pássaros a cantar todos os dias, mas já vi um. Não tenho reencontros em estações chuvosas, mas tenho alguém que me ama.
Quando um dia alguém disse, "Não deixes para amanhã aquilo que podes fazer hoje.", não foi com a intenção de fazermos as coisas à pressa, mas sim porque Deus nos enche a vida de pequenos momentos valiosos e cada um merece a nossa atenção, cada momento merece o máximo de nós.
Não sei quando vai acabar, mas quando acabar quero ter a certeza que não desperdicei nenhum momento que Deus me deu, que soube responder a cada um dos momentos que ele me ofereceu.
Obrigado Deus por me teres dado a liberdade de saber aproveitar o que me dás, por me teres dado pessoas que me guiam, que me fazem felizes.
Obrigado Deus pela Vida por tudo o que há de bom nela e por ela estar cheia de TI.

(o filme era o American Splendor, se alguém estiver interessado)

sexta-feira, maio 13, 2005

Clã

Cada vez que vejo esta banda portuguesa a actuar fico a pensar que um dia destes vou ter que lhes fazer uma grande homenagem. É que se eu pensar bem todos os momentos da minha vida, e as pessoas poderiam ser músicas dos Clã.
São cheias de energia, são cheias de espírito, são cheias de força, são cheias de amor, são também cheias de tristeza, são abandonadas, são choro...
Qualquer dia eu prometo e faço da minha vida um musical dos clã...

Maneiras diferentes

Quero deixar um aviso a todos aqueles amigos que duvidam...
Adoro-vos, são demasiado importantes para eu não o fazer. Eu sei que não o digo muitas vezes, nem o expresso outras tantas, mas isso é só porque tenho uma maneira de o fazer diferente.
Amo-vos da maneira como muitas vezes gostava de ser amado, com liberdade.
Já vos tenho como amigos, são meus, mesmo que não estejam comigo e portanto o que quero é que mais pessoas tenham a oportunidade de vos conhecer, que mais pessoas possam disfrutar do sentido maravilhoso de estarem a conversar com alguém que as preenche, que mais pessoas tenham saudades quando vocês não estão por perto, que mais pessoas anseiem o reencontro, que mais pessoas se sintam aliviadas quando vos contarem os seus problemas e que mais pessoas se sintam agradecidas de cada vez que vocês correm para o abrigo dos seus braços. É assim que eu me sinto por vos ter na minha vida.
Desculpem se vos falho, não é por mal, é só uma maneira diferente de amar...

sexta-feira, maio 06, 2005

A resolução

De vez em quando toda a gente faz a sua resolução, seja de Ano Novo, seja quaresmal, seja pessoal. Esta é a minha:
Deixar de lutar por quem não merece.
Estou farto de jogos, estou farto de lutas, estou farto de frases dissimuladas... Eu percebo que isso seja bom, eu sou o primeiro a dizer que gosto, mas isso é o que se quer de alguém que não amamos. Isso é um caso, isso é sexo, nas palavras de Rita Lee.
Mas quando o que se quer é amor, então tudo fica para trás... E o compromisso é maior, a entrega também, os jogos são com os dois, e as lutas são em conjunto.
Talvez deva mudar a minha noção e perceber que aquilo que querem de mim é um jogo... Mas então aí, "me aguarde, que eu sou fogo me'mo" (ler com sotaque nordestino)

terça-feira, maio 03, 2005

O chimpanzé

Ontem ouvi das frases mais lindas de sempre. No meio da produção de centenas de flores, estavamos a conversas da falta que sentiamos de ter alguém ao nosso lado, e que apesar de muitas vezes ser facilmente superado o que neste momento precisavamos era de um...
... chimpanzé! disse alguém muito rápido.
Chimpanzé?
Sim, um chimpanzé... Alguém que esteja de braços abertos, sempre que entramos em casa, alguém que sorria e que nos faça sorrir, alguém que seja motivo de felicidade o tempo inteiro.
Deixa aqui então a minha salva a duas grandes causas. Um, a todos aqueles que neste momento precisavam de um chimpanzé; Dois, a todos os chimpanzés, que marcaram a Historia Chimpanzéica da Humanidade (Chita, esta é para ti!).

domingo, maio 01, 2005

A preparação

Neste momento acabei uma e estou a meio de outra.

Da primeira só posso dizer bem; rodeado de gente maravilhosa acabei por embarcar numa viagem totalmente diferente daquelas a que estou habituado. Campo-de-férias no estrangeiro, era algo novo, e foi com algum receio que me mandei, mas agora que a viagem acabou, só posso dizer que foi das melhores. para além das bebedeiras o que vou levar daqui são amigos, dos quais neste momento tenho saudades, porque ao acordar hoje, olhei para o lado e não me encontrava no meio de uma sala com mais oito pessoas e isso fez-me confusão. Mas não faz mal, desta vez não terei Milão, nem Londres, desta vez terei Gotemburg. CACA-POPO's muito obrigado.

Quanto à segunda. Está a dar trabalho mas tem tanto de prazer que não me posso queixar. Adoro cada vez mais entrar naquela sala juntamente com mais seis pessoas e começar a sentir a criatividade a brotar. São instrumentos, são vozes, são ritmos, são inovações, são almas, são vontades, ali tudo está misturado e a mistura é magnífica. Demorou a levantar este projecto mas neste momento ele tem mais pernas que nós e a velocidade com que nos aproximamos da data final já assusta, mas não temo, sei que a soma é maior. Só vos agradeço no fim, quando vir as luzes fechadas e lá fora o público a pedir por mais...

Crosby recomenda

Quero recomendar um filme a toda a gente (e eu sei que para já é muito pouca, porque eu tenho dito a pouca gente da sua existência). Já não o vão encontrar em sala nenhuma do país, e com sorte, todos os meus amigos de Coimbra vão poder vê-lo nas Sessões Especiais do Avenida. Mas sem mais demoras, vão ver OLDBOY. Numa rápida sinopse, é sobre um homem que sem saber porque, acorda dentro de um quarto onde fica durante quinze anos, e depois é lançado de volta ao mundo e dão-lhe 5 dias para ele perceber o porque de tudo.

O filme é no minimo genial e para o comprovar temos vitórias nos principais festivais de cinema, incluíndo o de Cannes, e a aprovação máxima desse génio que é Quentin Tarantino que apelidou o filme de "suberbamente genial"; "o filme que gostava de ter feito"; "um director genial, com a melhor história de vingaça..."

Resumindo vale a pena.... Vale realmente a pena...

sexta-feira, abril 29, 2005

O Outro

Rosa.


Hoje o céu está mais azul,
Eu sinto
Fecho os olhos, mesmo assim
Eu sinto
O meu corpo estremecer
Não consigo adormecer

Ah, nem o tempo vai chegar
P'ra dizer o quanto eu sinto
Você longe de mim
É uma espécie de dor

Hoje o céu está mais azul
Eu sinto
Olho à volta mesmo assim
Eu sinto
Que este amor vai acabar
E a saudade vai voltar

Ah, nem o tempo vai chegar
P'ra dizer o quanto eu sinto
Você longe de mim
É uma espécie de dor

Já não sei o que esperar
Dessa vida fugidia
Não sei como explicar
Mas é mesmo assim o amor

Música: Rodrigo Leão, Ryuichi SakamotoLetra: Ana Carolina

quinta-feira, abril 28, 2005

Terras Frias

Cada vez mais gosto de Portugal...
Gosto do seu secretismo... Gosto do modo como as relaçoes sao silenciosas, como só na calma da casa é que se revelam os corpos. Como a sensualidade, é uma presença oculta, que se revela só quando é chamada ao ouviso. Gosto da maneira como ninguém se expoe, e da maneira fugaz com que se olham os olhos de estranhos, na tentativa de captar algum tipo de reacçao. Gosto de conversas sussuradas ao ouvido, gosto de maos traiçoeiras e deslizantes.
Mas acima de tudo gosto de Portugal!!!

A todos os Génios do Mundo

o meu genio não desaparece, apenas de vez enquando adormece, pois assim não se padece nem se aborrece com a vulgaridade daquilo que permanece igual ao que não amanhece!!!!

segunda-feira, abril 25, 2005

No Comments

Mar adentro, Mar adentro
y en la ingravidad del fondo
donde se cumplen los sueños
se juntan dos voluntades para cumplir un deseo
un beso enciende la vida
como un relámpago y un trueno
y en una metamorfosis
mi cuerpo ya no es mi cuerpo
es como penetrar en el centro del universo
el abrazo mas puril y el mas puro de los besos
hasta verlos reducidos en un último deseo
tu mirada y mi mirada
como un eco repitiendo sin palabras
mas adentro, mas adentro
hasta el mas allá del todo por la sangre y por los huesos
pero me despierto siempre y siempre quiero estar muerto para seguir con mi boca
enredada en tus cabellos.

quinta-feira, abril 21, 2005

Ao Malandro

Ó pedaço de mim, ó metade afastada de mim
Leva o teu olhar, que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento, é pior do que se entrevar

Ó pedaço de mim, ó metade exilada de mim
Leva os teus sinais, que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco e evita atracar no cais

Ó pedaço de mim, ó metade arrancada de mim
Leva o vulto teu, que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu

Ó pedaço de mim, ó metade amputada de mim
Leva o que há de ti, que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada no membro que já perdi

Ó pedaço de mim, ó metade adorada de mim
Lava os olhos meus, que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo a mortalha do amor, adeus.

Até sempre Anjo

Acaso (Abel Silva / Ivan Lins)

Não sei se o acaso quis brincar
Ou foi a vida que escolheu
Por ironia fez cruzar
O meu caminho com o seu
Eu nem queria mais sofrer
A agonia da paixão
Nem tinha mais o que esquecer
Vivia em paz, na solidão
Mas foi te encontrar
E o futuro chegou como pressentimento
Meus olhos brilharam, brilharam, brilharam
No escuro da emoção
Não sei se o acaso quis brincar
Ou foi a vida que escolheu
Por ironia fez cruzar
O seu caminho com o meu

quarta-feira, abril 20, 2005

Ausência

I'm lost. I'm like a king without a throne. I'm lost. I'm like a dog without a bone. I'm wlaking around in circles doing things I should not do. That's how much I'm lost without you.

Who am I?

I'm just a fucked up guy looking for my own piece of mind!
(The eternal Sunshine of the spotless mind)

A queda

Olho para a minha mão e vejo-te desaparecer... De repente aquilo que tinha criado está a desvanecer. São as expectativas. São os sonhos. São bocados de ti que são arrancados. Não preciso de ti para viver, não preciso de ti para nada, mas apesar de tudo custa não te ver quando acordo.
Não faz mal!
Já sei como é.
Choro um bocado, a almofada como apoio, o calor da cama como subtituto do teu.
"Não temo. Venha o que vier, nada será que maior que a minha alma" Fernando Pessoa

O Nascimento

Assim espero começar uma pequena história.
Não sei quanto tempo vai durar, muitas vezes servirá para relembrar gente, outras tantas para me por a pensar, algumas para desabafar e de vez em quando para eu ter alguma coisa para fazer.
Tudo o que eu escrever aqui é para mim. Tem um significado próprio, que talvez só eu entenda, mas é meu...
Respirar fundo,
Abrir bem os olhos,
Sorrir e
Lançar-me no meu abismo