"O meu amado é para mim e eu sou para ele.
Ele disse-me:"Põe-me como um selo sobre o teu coração, como um selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte e a paixão violenta como o abismo. Os seus ardores são setas d fogo, são chamas divinas. AS águas torrenciais não podem apagar o amor, nem os rios o podem submergir".
(2ª leitura da missa do casamento do meu irmão, Cant. 2,8 ss)
quarta-feira, junho 22, 2005
quinta-feira, junho 16, 2005
O sonho
A cama solitária esperava o meu corpo. Tal qual uma amante esquecida espera que eu entre, está fria, já não me deito só à muito tempo. Hoje abraço ninguém, hoje adormeço só, hoje a minha cabeça reclina-se na almofada gélida da solidão.
Tento adormecer mas os meus pés irrequietos procuram desesperadamente aquele que é o seu caminho: as tuas pernas. As minhas mãos solitárias procuram a sua certeza: o teu peito. A minha boca procura a fonte da minha força: a tua boca.
E quando adormeço, e dizes tu que eu adormeço rápido, tu voltas a aparecer. E apareces em todo o teu esplendor. Arrebatas as minhas dúvidas como sempre o fizeste. És pura magia! És o princípio e o fim e é assim que quero que seja. És poder, és força. Abraças-me, acalmas-me, dou-te a mão e levas-me a viajar. Não foi contigo que o aprendi a fazer mas foste tu que me levaste às melhores viagens. Viagens sem tempo, sem destino, viagens em que o que interessa é o caminho, viagens amargas, viagens prazeirosas, viagens em que o que importa é o carinho. És o que eu procurei, serás o que achei, em mim terás o que buscavas, em ti terei o que desejava.
Hei-de perseguir-te como uma sombra, hei-de acompanhar-te com fidelidade, serei teu e espero que tu me pertenças. Serei incapaz de te esquecer porque me invadiste. E tu serás incapaz de me esquecer porque te calei.
Respiro...
Acordo...
Tu não estás aqui, mas sei que existes e sei que um dia vou adormecer e acordar a teu lado...
Espero...
Não me canso...
Tento adormecer mas os meus pés irrequietos procuram desesperadamente aquele que é o seu caminho: as tuas pernas. As minhas mãos solitárias procuram a sua certeza: o teu peito. A minha boca procura a fonte da minha força: a tua boca.
E quando adormeço, e dizes tu que eu adormeço rápido, tu voltas a aparecer. E apareces em todo o teu esplendor. Arrebatas as minhas dúvidas como sempre o fizeste. És pura magia! És o princípio e o fim e é assim que quero que seja. És poder, és força. Abraças-me, acalmas-me, dou-te a mão e levas-me a viajar. Não foi contigo que o aprendi a fazer mas foste tu que me levaste às melhores viagens. Viagens sem tempo, sem destino, viagens em que o que interessa é o caminho, viagens amargas, viagens prazeirosas, viagens em que o que importa é o carinho. És o que eu procurei, serás o que achei, em mim terás o que buscavas, em ti terei o que desejava.
Hei-de perseguir-te como uma sombra, hei-de acompanhar-te com fidelidade, serei teu e espero que tu me pertenças. Serei incapaz de te esquecer porque me invadiste. E tu serás incapaz de me esquecer porque te calei.
Respiro...
Acordo...
Tu não estás aqui, mas sei que existes e sei que um dia vou adormecer e acordar a teu lado...
Espero...
Não me canso...
quinta-feira, junho 09, 2005
Porque te amo
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não
Sophia de Mello Breyner Andersen
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não
Sophia de Mello Breyner Andersen
A Espera
Nada há de mais angustiante que ficar à espera.
E não ficar à espera do dentista, ou de um amigo, mas sim, ficar à espera da pessoa amada.
É angustiante o modo como de minuto a minuto olhamos para o telemóvel esperando um sinal de que alguém nos ligou, de hora a hora inspecionamos para perceber se realmente temos a rede cheia ou se temos espaço para receber novas mensagens. Torna-se um vício, ir ver se temos uma mensagem no blog, ou se escreveram mais um post.
E depois podiamos controlar os nosso desejos mas por mais que quiramos não podemos controlar o nosso incosciente, esse tem vida própria, e é esse que nestas alturas se revela o nosso pior inimigo. Adoro relembrar os pequenos beijos, os grande retirados entre suspiros, os gemidos, o olhar, as mãos, o corpo, a voz, a não ser quando se espera um sinal de que essa pessoa está viva, porque aí tudo se torna uma grande ferida que se abre lentamente, relembrado o quanto precisavamos de a ter ao nosso lado.
O pior, é realmente não poder fazer nada, é continuar à espera, desejando que por algum milagre a nossa voz voe pelos céus e chegando-lhe ao ouvido, sussurre: Diz-me algo, estou a precisar de ti e da tua voz, já que sei que não posso ter o teu corpo enroscado no meu.
E não ficar à espera do dentista, ou de um amigo, mas sim, ficar à espera da pessoa amada.
É angustiante o modo como de minuto a minuto olhamos para o telemóvel esperando um sinal de que alguém nos ligou, de hora a hora inspecionamos para perceber se realmente temos a rede cheia ou se temos espaço para receber novas mensagens. Torna-se um vício, ir ver se temos uma mensagem no blog, ou se escreveram mais um post.
E depois podiamos controlar os nosso desejos mas por mais que quiramos não podemos controlar o nosso incosciente, esse tem vida própria, e é esse que nestas alturas se revela o nosso pior inimigo. Adoro relembrar os pequenos beijos, os grande retirados entre suspiros, os gemidos, o olhar, as mãos, o corpo, a voz, a não ser quando se espera um sinal de que essa pessoa está viva, porque aí tudo se torna uma grande ferida que se abre lentamente, relembrado o quanto precisavamos de a ter ao nosso lado.
O pior, é realmente não poder fazer nada, é continuar à espera, desejando que por algum milagre a nossa voz voe pelos céus e chegando-lhe ao ouvido, sussurre: Diz-me algo, estou a precisar de ti e da tua voz, já que sei que não posso ter o teu corpo enroscado no meu.
quarta-feira, junho 01, 2005
Morangos&Chantilly
Se me rio depois do amor
Não é zombar do sagrado
É puro contentamento
De algo que me foi dado
É só o deslumbramento
Dum momento revelado
E o melhor veio depois
Porque então ríamos dois
Não é zombar do sagrado
É puro contentamento
De algo que me foi dado
É só o deslumbramento
Dum momento revelado
E o melhor veio depois
Porque então ríamos dois
Felicidade
Não sei definir felicidade. A felicidade vive-se. Normalmente tem-se píncaros de alegria, mas a felicidade é um estado mais constante. Neste momento o que tenho a dizer é: Sou feliz! Sou incrivelmente feliz.
A felicidade bateu-me à porta, derrubou todas as cadeiras, arrancou todos os quadros, arranhou todos os sofás, limpou-me a casa e deixou-se ficar.
A minha felicidade foi muito evasiva. Nunca soube se estava segura, passeava altiva pelo meu corpo, deixando-me na esperança de um permanecer que tardava em chegar.
A minha felicidade não se fazia compreender, falava em trocadilhos e gritava furiosamente contra mim. Não se percebia, não se compreendia, irritava-se...
Um dia decidi falar com a minha felicidade e percebi que eu não a estava a deixar permanecer, era eu que a expulsava, respirei fundo e deixei-a fazer o que lhe competia. Mexeu e remexeu, até se cansar.
Agora não se mexe mais, agora está quieta, agora sou feliz...
A felicidade bateu-me à porta, derrubou todas as cadeiras, arrancou todos os quadros, arranhou todos os sofás, limpou-me a casa e deixou-se ficar.
A minha felicidade foi muito evasiva. Nunca soube se estava segura, passeava altiva pelo meu corpo, deixando-me na esperança de um permanecer que tardava em chegar.
A minha felicidade não se fazia compreender, falava em trocadilhos e gritava furiosamente contra mim. Não se percebia, não se compreendia, irritava-se...
Um dia decidi falar com a minha felicidade e percebi que eu não a estava a deixar permanecer, era eu que a expulsava, respirei fundo e deixei-a fazer o que lhe competia. Mexeu e remexeu, até se cansar.
Agora não se mexe mais, agora está quieta, agora sou feliz...
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