Dos poemas que fiz no último recital este é dos que me hei-de lembrar para sempre. Porque lhe incuti muita carga, porque dei tudo de mim, porque me imaginava onde estou neste momento a sentir muito a falta dos meus amigos.
Por isso imaginem vocês:
no piano ouve-se o início de um tango nas mãos suaves de uma rapariga, a melodia aumenta o passo, subo para o palco e enquanto danço com a música faço perceber a uma plateia inteira que não quero ouvir mais nada, não quero saber de mais ninguém, nada mais importa porque o meu amigo está longe...
A música é o Inverno Porteño do Piazzolla o poema, Cantiga de Amigo do Ary dos Santos.
Já sabem que não consigo inserir a música, mas leiam o poema, para perceber até onde ele pode ir:
Nem um poema nem um verso nem um canto
tudo raso de ausência tudo liso de espanto
e nem Camões Virgílio Shelley Dante
o meu amigo está longe e a distância é bastante.
Nem um som nem um grito nem um ai
tudo calado todos sem mãe nem pai
Ah não Camões Virgílio Shelley Dante!
o meu amigo está longe e a tristeza é bastante.
Nada a não ser este silêncio tenso
que faz do amor sozinho o amor imenso.
Calai Camões Virgílio Shelley Dante:
o meu amigo está longe e a saudade é bastante!
2 comentários:
Eu vou fechar os olhos e lembrar-me... porque estava lá a ouvir-te e a sentir-te e foi mágico.
beijo grande
Não me lembro quantas vezes me arrepiei nesse dia. Sei que foram muitas.
Enviar um comentário